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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Uma noite sombria

    



Era noite, numa pequena vila, a Lua está brilhante como sempre foi, como se ela fosse dona do mundo, pessoas andando e rindo de si próprias na viela estreita, eu? Eu estava em meu sofá, a espera dos meus amigos.
     Dá-lhe a hora certa, e senti alguém me chamando, eram meus amigos. Combinamos de ir à balada daquela cidadezinha tão pequena e simpática. Andando pelas ruas, e ruas, fiquei pensando como seria se eu não os tivesse ao meu lado, como seria ruim não ter amigos para sair e se divertir, para contar os segredos que nos enforca metaforicamente, filosofia acaba e percebi que estávamos frente a uma grande casa, sombria e escura, suas portas rangiam como se fossem pessoas sendo amedrontadas pelo medo, a Lua ofuscava a claridade da casa, e numa loucura só, resolvemos entrar na casa, e ver o que havia lá.
     Entramos nós três. Bia já estava com seus órgãos à mão, Carlos, não queria mostrar o quanto com medo estava, mas eu, não estava com nenhum, parecia um sentimento de felicidade, encontrar alguém que se encontra em medo maior que o meu. Logo, exclamei uma pergunta a Bia:
- O que viemos fazer aqui mesmo? Nem estamos bêbados.
- Viemos bagunçar ora, antes que de a hora de chegarmos à balada, v... va... Mas que merda é aquilo? Eu vi um vulto, eu vi juro! – gritava Bia com sua voz aguda e chata, parecendo um grito de terror americano.
- É o seu reflexo, sua boba, continuemos – tranqüilizou-nos Carlos.
     Logo, estávamos no segundo andar, não sabia até agora porque fora até lá, estávamos entediados, não sei a menos. Ouvisse um uivo, uivo de um lobo se perdendo a fora seu pequeno rabo, imaginamos o pior das coisas possíveis: um homem com uma foice gigante? Uma bruxa com seu caldeirão tenebroso? Ou apenas uma briga de cães?
     Depois do uivo, ouço uma voz tristonha, pálida, de gente que já viveu muitos anos:
- Quem há de estar em minha casa, saíam daí rápido, antes que eu mate-os com meu facão.
     Com o coração na mão, saímos em guarda, gritando pelas nossas vidas medíocres. Não nos mate, não nos mate, somos apenas jovens, não estamos fazendo nada; lembro-me até agora dessa frase dita por uma pessoa que tinha o medo contido em sua alma.
- Basta, saiam daqui antes que eu chame a policia, saiam malditas crianças.
     Corremos, corremos tão rápido, que parecíamos voar pelas ruas, mas era apenas uma ilusão. Chegamos ao nosso destino, apavorados, e percebemos que o melhor a fazer agora, seria voltar as nossas casas, porque emoções tivemos muitas hoje para nossa encarnação toda. E acabei tirando proveito disso, para nunca mais entrar numa casa escura, sem motivo nenhum.

2 00 comentários:

Ailton Souza disse...

teste

Oswaldo disse...

Muito bom. Bem criativo! Parabéns Inotal he he he